sábado, 24 de março de 2007

Solidão


Para onde me leva essa estrada?
Onde vai dar esse caminho?
Não importa, não quero saber mais nada.
De uma forma ou de outra, estarei sozinho.

Solidão, sombra projetada no escuro,
Mão que me empurra para o doce precipício.
De onde não consigo mais enxergar o quão duro
É utilizar-se de uma vida nesse simples desperdício.

Desilusão, caminho com estacas cortantes,
Quente lâmina, terra e frio.
Sustos e medos, veias gritantes.
Sopro quente, gélido arrepio.

Mais um passo e desfaleço.
Já não posso mais caminhar.
Mas desperto, num tropeço:
Sim, acho que ouço o barulho do mar...

Escrito por Juliana Melo Paulo Munhoz

terça-feira, 20 de março de 2007

Vazias


Por que ainda me pego procurando algo dentro das pessoas?
Por onde passo persigo o existir, esperando nele encontrar a resposta para questões trazidas a mim no decorrer da vida...
Estariam em mim as respostas?
Se é esta a grande verdade, não deveriam elas surgir ao menor perceber?
Por que então é tão difícil encontrá-las?
Ando pelo mundo olhando para as pessoas, e quantas não são as vezes que me pego pensando no que existe dentro de cada uma delas...
Vejo rostos pelas ruas, e me pergunto se sentem o que eu sinto.
Cada um com suas marcas, suas dores, seus prazeres.
E eu sozinha no meio deles, sentindo esse vazio consumir a minha alma.
Vazio esse, que me entranha a cada dia.
Estaria eu procurando nas pessoas o conteúdo que não encontro dentro de mim?
Mundo superficial...
Onde estão os sentimentos, as paixões, as emoções?
Morre o mundo, ou morro eu?
Onde está a vida?
Vida?
Que vida?
Objeto de refúgio que me leva para o fundo, auxilia-me a afogar-me.
Segurar onde?
Segurar?
Tem certeza?
Para...?
Fundamento da eternidade. (Não almejar o eterno)
Morre o mundo...
Morro eu...

Escrito por Juliana Melo Paulo Munhoz