domingo, 17 de abril de 2011

A Arte De Não Julgar


Autor: Maris

ulgar é fácil. Fazemos isso todos os dias, toda hora sem nos darmos conta.

O evangelho nos ensina: “Não julgueis para não serdes julgados”.

Mas o fato é que julgamos; e que somos julgados o tempo todo.



Somos julgados pela nossa aparência, nosso jeito de falar, de sentar, de se portar. Sempre existirá alguém por perto que há de tirar conclusões a nosso respeito, e nem sempre conclusões boas.



Quem nunca foi vítima de um engano desse tipo que atire a primeira pedra.



Já vi casos de pessoas que foram tachadas de antipáticas, justamente porque não estavam no seu melhor dia; os tímidos são os que mais sofrem: ora são chamados de orgulhosos, ora de arrogantes.



Existem vários casos de julgamentos precipitados; quando o assunto é “gente nova no pedaço”, muitas línguas não se cansam em fazer comentários geralmente indelicados.



Especialmente nesses casos, quando lidamos com pessoas novas, é que temos que tomar todas as precauções para não cairmos na tentação de julgá-las precipitadamente. Afinal, as pessoas necessitam de compreensão, e boas vindas, não de hipóteses.



Pior ainda é quando o recém-chegado prova por A+B que não é aquilo que todos supunham, mas ainda assim, as pessoas insistem em não entender. Muitos dirão “ele deve estar disfarçando, se fazendo de santo pra dar um bote depois”.





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A arte de não julgar consiste unicamente em não ficar com o “pé atrás” quando somos apresentados a pessoas novas. Já reparou que os julgamentos negativos feitos de forma precipitada, raramente estão corretos?

Por essa razão, devemos sempre ficar atentos, porém sem esperar o pior. Não é porque a moça bonita falou “bom dia” pro seu namorado, que vai levá-lo pra cama.



Temos que cultivar a segurança dentro de nós. Só assim deixaremos de temer o que é novo, sejam pessoas ou situações.



Faz-se necessário dar um voto de confiança positivo, um sorriso amigo, para cada pessoa nova que cruzar nosso caminho, da mesma forma que precisamos ser tratados com simpatia quando somos apresentados a alguém, ou algum ambiente novo.



É importante ressaltar que, pessoas que tem grande dificuldade de aceitar mudanças ou de conviver com pessoas (ou situações) novas, precisam de apoio terapêutico, por que as situações novas geram mudanças que a pessoa talvez não tenha estrutura parra suportar, uma vez que tende a ampliar os problemas.



Em outros casos, é puro ciúme.

Algumas garotas não permitem que suas amigas tenham novas amigas. Temem a troca. Insegurança.



Note-se que, na maioria dos casos, os julgamentos precipitados são feitos por pessoas inseguras que temem mudanças. Pessoas que sentem-se ameaçadas de alguma forma.



Portanto, a arte de NÃO JULGAR consiste em trabalhar a nossa auto-estima, de modo que nada, nem ninguém possa nos ameaçar.

Fortalecer nosso pensamento; trabalhar a favor da nossa segurança; não permitir que pensamentos negativos nos domine diante de circunstâncias (ou pessoas) novas.



Uma fórmula que me ensinaram, e que eu gosto de repassar: quando você conhecer alguém, ou penetrar num novo ambiente, onde você passará a conviver por muito tempo, antes de julgar quem quer que seja, pense: QUE A PAZ ESTEJA COM VOCÊ, ou, QUE A PAZ ESTEJA NESSE AMBIENTE.

Simples e indolor.

Fazendo isso, você muda a sintonia de seu pensamento. Você desliga o medo, e liga o interruptor da simpatia, empatia e bem-estar.



Vamos tentar?

http://www.artigonal.com/meditacao-artigos/a-arte-de-nao-julgar-345424.html


Perfil do Autor

" Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difíceis; entretanto, são difíceis porque não ousamos empreendê-las." - SENECA

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Vida de Maricotinha – Cap. IV


Dois anos se passaram, e Maricotinha passou por eles com um desenvolvimento normal de criança de sua idade. Aprendeu a andar, a balbuciar algumas palavras, a expressar-se de modo mais contundente... Ao cabo destes dois anos, Maricotinha recebeu uma notícia que a alegrou e deixou confusa ao mesmo tempo: iria ganhar um(a) irmãozinho(a). A novidade a deixara radiante. Ter um bebê para brincar seria o máximo! Sentia-se muito sozinha no meio da vida atarefada de seus pais. Seria bom ter alguém, uma companhia, enfim.

O que não havia ainda contado, e acordou à noite sôfrega e assustada, foi com a idéia mais terrível que pudera passar-lhe pela cabeça: com a chegada do bebê, teria de dividir o amor do homem barbudo. Não! Era tudo o que Maricotinha nunca poderia conceber! Como dividir a razão de sua vida com outra pessoa? Sua mãe não era rival à altura. Maricotinha sabia que ganharia (e ganhava mesmo) dela em qualquer disputa. Bastava choramingar, chamar “papai” e estender os bracinhos. Ele nunca resistiu ao seu apelo infantil. Mas, desta vez, não seria sua mãe. Seria outra criança a disputar seu amor. Maricotinha preocupou-se, desesperou-se, tentou encontrar uma solução. Mas sua cabecinha de criança era muito limitada para maiores articulações e, ao não encontrar saída, inevitavelmente perdeu o viço.

Os dias se passaram e todos viam que Maricotinha não andava muito bem. Não conseguia comer direito (e tudo o que essa menina tinha era apetite!), não urinava mais, não sentia prazer em brincar. Foi ficando pálida e inchada. Seus pais, preocupados, levaram-na ao médico, que pediu uma infinitude de exames. Desde esse dia a vida de Maricotinha entrou em outra rotina: o entra e sai desenfreado das agulhas. E pesquisa após pesquisa, descobriram que os rins de Maricotinha cansaram de trabalhar. Mas, inevitável fazer a pergunta: como rins tão novinhos já poderiam estar tão cansados? A resposta não era óbvia, mas era certa: a cabeça de Maricotinha enviou uma ordem para eles. “Parem de funcionar! Entrem de férias por período indeterminado!” . A realidade era dura e inegável: Maricotinha, mesmo sem ter plena consciência do que fazia, escolhia morrer a ter de perder o homem barbudo. Mesmo que perdesse apenas uma parte. E optou por ir embora e voltar pra sua casinha inicial, sua morada definitiva, para onde haveria de voltar um dia. Afinal, que mal há em apressar um pouco as coisas?



Juliana Melo