sexta-feira, 8 de junho de 2007

Alma Falida


Não me vejo mais no espelho.
A imagem que enxergo é uma projeção do que sou.
Ou do que pensam que sou.
Ou do que observam em mim.
Pobre gente... Para que enganá-la?
Involuntário...
... o movimento que rege a minha alma.
Alma burra!
Por que não segues o que pensa teu cérebro regente?
Para que lutar à favor da dor?
Acomete à ti mesma dos piores sofrimentos.
Perdes tua forma...
Tomas essa imagem distorcida de ti mesma por ideal?
Pois vivas assim!
Arrasta-te pelo breu da vida!
Entronize este holograma que te tornartes.
Te satisfaça com esta figura falida de ti mesma.
Viva a vida!
E viva a morte...


Escrito por Juliana Melo Paulo Munhoz

sábado, 2 de junho de 2007

Corre, irmão!


Pés fronte pés.
Ação, razão, emoção...
Ócio, insanidade, indignação, falta de reação...
Ouça o barulho da sirene.
A caça, luta pelas cabeças dos animais de pequeno porte.
Corre ladrão,
para que não te peguem de calças na mão.
Querem livre uma gente que desconhece o real sentido de liberdade.
Corre, irmão!
E não vá dizer que queres apenas pão.
Não os faça zombar de tua situação!
Luta escravizada pelo direito de opinião.
Marque as opções que lhe forem dadas. Apenas uma delas.
Quem sabe não darás a sorte de ser a mesma opção.
E, assim, entoarás vivas à democracia, e louvarás o direito de escolha.
É assim que eles mantém o teu cérebro à mão.
Lavagem. (Gente higiênica, não?)
Deixe que o asfalto recolha este sangue.
Suga-me, terra, elemento rei, digno de todo o respeito e admiração.
Não havereis de negar quem retorna pro teu chão.
Ouço o barulho da sirene.
Não há mais fôlego.
Não há mais força.
O barulho, distante. Notado apenas por quem tem o ouvido colado ao chão.
Corre, irmão...


Escrito por Juliana Melo Paulo Munhoz