sábado, 1 de setembro de 2007
Túmulo
Não há prantos que se ouçam mais
do que os gritos inebriantes desses lábios mudos.
Abraça-me no conforto de teus braços escarlates.
Troca o calor de teu corpo afogueado por minha pálida gelidez.
Sente-me,
mistura-te a mim,
toma-me sem sacrifício.
Agradável.
Aprazível.
Que tua mantilha aveludada seja minha mortalha.
E um gracioso toque de seda.
Aturde-me com esse fresco odor do campo.
O odor da sorte,
o odor da morte.
Por fim, cubra-me com teu verniz,
e me mantenhas intacta.
Haverá um grande banquete esta noite!
Deleitem-se animais invertebrados,
helmintos e gusanos,
vermes vindos do centro da terra:
eis aqui, teu alimento!
Escrito por Juliana Melo Paulo
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2 comentários:
Nossa que maravilhoso!!!!!!!
palavras muito bem colocadas, fortes, me fazem sentir o sabor, implícito em versos implícitos, no repousar da alcova!!!!!
bjo minha linda!!!!!!!!!!!!!!!
sensacional!!!!!!!! gostei muito!!!!!!!!!!!!
Ju, queria ter feeling literário pra ter entendido tudo q vc escreveu em Túmulo, mas o pouco q entendi eu gostei. Lembra Flor da morte . Sei q poesia não se deve perguntar ao autor o q ele quis dizer, mas um dia vc pode me explicar ela?
Beijos
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